domingo, 12 de dezembro de 2010

Luanda 12 de dezembro de 2010 d.C.


Hoje por volta das dez horas ao acompanhar um colega de trabalho num determinado ponto da obra em que estamos percebi uma criança no chão com pouco mais de 2 anos de idade chorando de uma forma um tanto quanto peculiar... Não era um choro simples infantil desses que passam desapercebidos era choro de fome e abandono, me aproximei e percebi então uma realidade triste... a minha frente deitada a porta de uma casa simples de adobe sem portas estava uma senhora acometida de malária, sua feição exprimia o sofrimento de tal moléstia, seu estado era preocupante já não conseguia mais manter-se em pé e nem cuidar daquela pequena que estava aos prantos lhe rogando um pedaço de pão, aproximei-me da senhora e pude perceber que a mesma estava acordada com seus cabelos desgrenhados roupas puídas e empoeiradas de alguém já habituada com os revezes da vida. Seu semblante porém apesar do sofrimento ao abrir aqueles olhos sem alento denotou-me uma paz e uma doçura que por um breve momento me fez esquecer que estava diante de uma pessoa acometida por um mal que se não for bem tratado traz a morte por conseqüência, lhe perguntei o que se passava e ela docemente me respondeu que não tinha condições de comprar os remédios que um médico lhe havia passado...

Jamais poderei esquecer a doçura que aqueles olhos expressaram...

Um feliz natal para todos vcs que acompanham ou visitam o Poesia na Foto, agradeço a paciência de acessarem e lerem o que escrevo, agradeço todo o carinho dos comentários e a nobreza da vossa atenção. Feliz 2011!!

JP

Alma Doce

O doce da tua alma não é doce de açúcar

Nem é feito no fogão

Foi feito em meio a dor

Em conflitos que a vida marcou

Veio do sofrimento

Em pisaduras sem argumentos

No silêncio da noite

Amparada pela fria madrugada

Dos rasgos indiferentes singelos

Feridas das lutas batidas

O doce da tua alma não é doce de açúcar

Nem é feito no fogão

Foi feito com sofrimento

Com a partida dos eternos

Da ingratidão dos ternos afetos

Da feitura diária deste pão

Amassado em meio a choro

O doce da tua alma é o doce que resulta

Da gente simples de luta

Que não deixa nunca o amargor dos dias

Encobrirem a doçura que há em ti.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Gabela 16 de novembro de 2010



Hoje é um dia comum carregado de expectativas comuns e corriqueiras, está chegando o momento de ir visitar a família e comungar com os amigos experiências vividas sob o forte ataque de ignorância de ambas as partes, ja estou curado do paludísmo e me encontro bem de saúde apesar de toda a saudade que me consome podemos em fim dar uma boa noticia: estou pesquisando editoras e em breve estaremos lançando nosso primeiro livro, com certeza todo o conteúdo do blog vai estar presente e é claro muita coisa inédita também, muita gente tem me perguntado sobre o livro e por isso tenho procurado encontrar coragem para tal feito pois não me considero e nunca vou me considerar alguém que mereça ser chamado de poeta, reconheço-me como o aprendiz das letras e um amante das coisas simples da vida, semi analfabeto quando o assunto é o amor e suas nuances.


Os terríveis homens de preto e suas gravatas brancas
Nem sei ao certo se os homens de preto tem coração
O que acho bonito neles são suas gravatas brancas
Sem mácula tal qual um vestido de noiva sem uso
mas tais homens de preto... que ninguém se engane
Seus gestos bestiais camuflados por sorrisos angelicais
Matam milhares todos os dias tal qual a febre do rato matou
-Não duvide não João! sabe aqule menino sumana passada?
O miudo que morreu de desnutrição? Filho da maroca homem!
Conta-se em segredo velado daqueles de morte...
Viram um homem de preto de gravata branca saindo as pressas...
-Da cena do crime? Não João! do gabinete de uma dessas que pagam...
Depois o surdino entrou num gabinete de um homem de camisa bonita
Pelo visto era um desses de segundo escalão que aparecem de quatro
em quatro para pedirem o apoio do povo para continuarem a matar...
Ouvi bem a conversa que travavam... falava da merenda... da verba...
Pensei que a tal da verba fosse então assim a esposa do verbo...
É por certo parente porque a verba negada e desviada desencandeou
a ação que matou o miudo João... a merenda ia para a creche onde
ele por certo se comesse direitinho ainda estaria vivo...
Por isso lhe digo, homens de preto matam e são perigosos
Mas gosto das suas gravatas reluzentes sem mácula.
Seu porte magestoso, sua atuação deslumbrante no cenário internacional
Gosto de sua forma de sorrir para o povo e da forma como sacam veloz
canetas que trazem a dor...
-Percebeu João? Nunca pensei que a caneta matasse...
São armas sutis e de um poder devastador.
Sabe aquela ponte que cruzaria aquele rio e uniria aquela cidade ao resto do país?
Deram uma canetada nela que até hoje se procura pela ponte...
Semana passada fiquei sabendo que a balsa afundou e matou outros tantos...
-Ta vendo João? Como pode uma caneta dessas bonitas matar?
Mas gosto das gravatas dos homens de preto, Brancas reluzentes...
Sem falar João que o discurso é arretado de bom, as palavras são rebuscadas
As vezes nem no aurelinho eu consigo encontrar, fico então a pensar que so deve
ser coisa boa afinal os homens de preto e de gravata branca são finos...
São mortais...
La pras bandas do norte numa cidade que me falha a memória...
Mais mortes...
Dessa vez foi uma estrada que precisava de reforma...
Tudo feito nas turras da noite fria enganaram a triste filha de Maria Pequena...
Ela mesma aquela moça bonita que estudava medicina com o sacrifício dos pais.
Numa curva... Um buraco ouviram ainda o grito por socorro mas ja era tarde João.
Os homens de preto ja haviam feito aquele buraco com a ponta de suas canetas engenhosas.
Elas furam estradas, destroem pontes, e até comem a comida que faltou aos miudos...
Mas sabe João o que gosto nos homens de preto de gravatas brancas?
A seda italiana disposta em cores mil
A brancura do vermelho misturando com o anil
O corte perfeito e bem marcado o perfume...
Um dia ainda vou pedir a papai noel uma gravata dessas, pois quero ficar bonito.
Mas tenho medo que venha ja com uma caneta dessas que matam...
Pois descobri que quem mata não são os Homens de Preto e suas gravatas brancas.
São as canetas...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Noticias em 19-10-2020 d.C.


Hoje começo a mudar um pouco a face do nosso blog, percebo que pessoas muito especiais acessam de quando em vez para ver novidades e saber como temos passado, com isso resolvi sempre que acontecer algo novo comigo compartilhar com vcs que se preocupam e se importam com a minha pessoa:
Para quem não sabe ainda trabalho em uma empresa espanhola chamada Elecnor estamos lotados no continente africano especificamente em Angola país de colonização portuguesa onde no qual construímos redes de enérgia elétrica. Ultimamente tenho passado por vários problemas de saúde mas nada que exija alguma preocupação pois nos acostumamos com a malária e seus efeitos acho que ja é a quinta vez que contraio paludísmo, no mais tenho pensado bastante sobre a vida e como ela nos apresenta com suas facetas e rumos que na maioria das vezes escolhe para onde devemos seguir... para aqueles que acham que optam e escolhem eu as vezes percebo que em cima de situações que acontecem somos forçados pelas circunstâncias a tomar decisões essas então sempre carregando em si a influênica e armadilhas do viver...(sobre isso quem sabe um dia falo o que penso)

Tenho estado pouco avontade para escrever pois em determinado momento percebi que a saudade e a dor da distância tem sido um assunto inesgotável para mim, imagino que vcs devam de certa forma se sentirem entediados quando vão ler algo... e la está a velha saudade descrita... me compreendam é uma fase vai passar... gosto de escrever muito do que sinto, do que senti e quase sempre tou rebuscando memórias e elas me vem carregadas de um saudosismo que me toma arrebata-me as lacunas deixadas pela solidão envolto numa profunda incompreensão de que nada sei, nada entendo do retalhar dessa colcha que tem se tornado minhas recordações ou aquilo que vivi... vivo... apartir de então vc deve entender se fechar os olhos todos estarão la com sorrisos, olhando pra ti.
Como uma criança sinto saudades daqueles que o Pai levou, da minha mãe...

Lembranças de ti minha mãe singelas lembrança tenho de ti
momentos que juntos passamos das coisas que todos vivemos
momentos regados de amor do cheiro no jardim era a flor
seus verdes lindo olhar na cantiga de ninar embalava sim em si
tantos cantos a acalmar minha tão urgente alma que adormecia
em simples calma, da criança era o tudo o mundo a razão
do adulto a formação regada com "menino ande correto sempre"
sabe dona Hozana as surras as turras e os puxões quando o mar
encapelava-se na humilde morada dos primos e rodrigues
hoje a minha calmaria e os mares seguros que navego devo
lembrar-me e agradecer cada puxão, cada palmada...
se fechar-me ainda lembro sorrindo o som do chicote
a voz inconfundível firme e forte da minha mãezinha
exercitando seu terno amor... estranho ter quem assim se sinta
lembrança da ditatura da cinta... É mãe tu sabias de tudo em mim
Construi meu carater e quem eu sou, para muitos alguém...
Para outros tantos... Não sei...
Para mim fica toda uma saudade embalada nessa colcha de retalhos
de momentos mágicos vividos sob sua proteção e carinho.
Das papas e guloseimas repartidas no nosso ninnho.
As noites perdidas e o choro escondido jamais voltarão
As lições e conselhos sábidos conselhos não foram em vão
Seu suor sua luta, minha guerreira resoluta seu pranto sua dor
Fizeram de mim quem vou ser... quem eu sou...
Na madrugada a fora quando a dor se fazia presente seus olhos
verdes marejados numa prece incontundente rogava a Deus por nós.
Hoje a direita de Deus pai lugar reservado para heroínas e heróis
Deixou para nós o legado irrepreensível de alguém que so amou.




segunda-feira, 26 de abril de 2010

Entre o Amor e o Medo

Agente so vive uma vez, e nessa curta passagem muitos se sucumbem ao medo de amar, chegam no final de suas vidas áridas carregadas de remorso e arrependimento por não terem amado... irmãos, amigos, país, avós... ou uma pessoa que lhes tocou profundamente... querem garantias e tentam enquadrar o amor na moldura do medo e desconfiança isso é complicado em si se não fosse trágico em sua maneira de se conduzir na vida... vc tem o hoje para amar, o amanhã talvez não virá e se vier que venha carregado de atitudes e coragem de amar mesmo sem as garantias que nos custam o sono...
Hoje é o dia o momento é agora um eu te amo ja ta valendo, uma pausa para analisar se foi culpa tua ou não ja pode... mas mesmo não sendo culpa tua va la e diga a ela(e) o quando vc a(o) aprecia e estima, vale para todos os tipos de amor para todas as pessoas que convivem contigo e requerem de ti um amor verdadeiro, seja como amigo, como pai, mãe, avô... amor... são várias nuances e tons cada um com sua particularidade cada um sendo um amor que vale a pena ser vivido.

Migalhas de Amor Alimentam


Existem pessoas na nossa vida que um simples olhar delas nos deixa tão feliz... move tanto dentro da gente, o que falar de um sorriso então... Miro bem tuas formas e me contento com um simples oi seu sucesso anoto minhas vitórias... é tanto para querer, e uma distância tão grande que me coloco embaixo da mesa esperando as migalhas que caem da tua pessoa sobre a minha me fazendo feliz. Gostaria de agradecer ao pessoal da comunidade poesia na foto, brigado por tudo agradeço ainda pelo carinho dos comentários e dos seguidores desse blog, vcs são demais.

terça-feira, 9 de março de 2010

Lara


Gostaria de agradecer mais uma vez aquelas pessoas que se cadastraram para seguir o blog, vcs são os responsáveis por esse blog existir.
Agradeço pelo carinho dispensado a nossa pessoa. quero com essa poesia homenagear a todos que sabem aproveitar e amam a rotina de um relacionamento povoado de sonhos e realizações simples tipo tomar um café juntos, conversar besteiras e rir muito até esquecer que os anos passam.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Meu Tudo Minha Vida

Bem meus amigos(a), em 2010 gostaria de começar o ano homenageando esse que é meu maior amor... Deus, sem ele não daria... Não respiraria... Não existiria... Em 2010 estarei mostrando mais um pouco de mim e publicando arremedos de poesias no meu período de solteiro.
Vai ser uma viagem para mim muito interessante pois revi alguns e confesso que sorri um bocado as coisas mudaram e percebi minha maturidade até na minha maneira de sentir e enxergar a vida.
Amo todos vcs e fiquem com Deus.
Gostaria de agradecer a todos que se cadastraram como seguidores vcs são maravilhosos e fazem do meu blog um lugar diversificado e rico em personalidades amigas.